sábado, 25 de outubro de 2008

Fotógrafos de natureza portugueses querem criar associação


Gostam de sair de casa ao fim-de-semana e captar fragmentos fotográficos de paisagens, plantas ou animais. A comunidade portuguesa de fotógrafos de natureza reúne 500 pessoas e promoveu, durante um mês, um festival internacional que termina este fim-de-semana em Leiria. A meta seguinte é criar uma associação para mostrar às pessoas o que estão a fazer em Portugal.No fim-de-semana, a cidade de Leiria recebe algumas referências mundiais, como Frans Lating, fotógrafo na National Geographic, o sueco Staffan Widstrand e o espanhol José B. Luiz. Serão realizadas palestras e workshops no do Teatro José Lúcio da Silva.Nesta casa estará patente até 23 de Novembro a exposição “Life: a journey through times”, de Lanting. As 70 fotografias revelam uma jornada sobre a história da vida na Terra, dos primórdios no planeta até aos nossos dias, incluindo imagens de um vulcão em erupção no Hawai e as águas quentes da Grande Barreira de Coral. Na Galeria do Bar Grémio Literário está patente até 26 deste mês a exposição do português Carlos Dias “Tesouros do Parque Natural de Sintra-Cascais”. Também termina no domingo a exposição “Oito ou Oitenta – A Natureza a várias dimensões”, dos portugueses Gonçalo Lemos, Paulo Lopes, Luís Ferreira e Filipe Silva. As visões destes quatro fotógrafos sobre a disparidade de tamanhos que existem na natureza estão patentes no Posto de Turismo de Leiria.A exposição ao ar livre “Wild Treasures”, com trabalhos de 20 fotógrafos, vai ser prolongada por duas semanas “devido ao número de visitantes” que recebeu, contou Filipe Silva, da Fotonaturis, ao PÚBLICO.A experiência com o festival, que começou a 20 de Setembro, “tem sido muito positiva. Penso que alcançámos os nossos objectivos: a visita de alunos de escolas de vários pontos do país e a vinda a Leiria fotógrafos de outros países”, disse Filipe Silva, também ele fotógrafo de natureza.Uma comunidade de 500 fotógrafosAs promotoras do festival são a Fotonaturis, uma comunidade de fotógrafos de natureza portugueses criada em 2005, e a câmara Municipal de Leiria. “Havia uma lacuna muito grande em termos de espaço para reunir estes fotógrafos”. Hoje são 500, a grande maioria amadores. “Os profissionais contam-se pelos dedos da mão. A maioria são pessoas que gostam de fotografar a natureza e levam isso a sério, apesar de não ser essa a sua profissão”, explica. Ao longo dos três anos de existência, esta comunidade tem trabalhado na divulgação das fotografias portuguesas, nomeadamente no estrangeiro. “Queremos que as pessoas conheçam os nossos trabalhos, que saibam que há um grupo de pessoas a trabalhar e que, quem quiser, se pode juntar a nós”, quer seja profissional ou amador de fim-de-semana. Quando o festival internacional terminar, no final do mês, vão dedicar-se à criação de uma associação portuguesa de fotógrafos de natureza para “disciplinar o sector”.Filipe Silva lamenta que o mercado português, nomeadamente o das publicações periódicas, prefira o trabalho de estrangeiros. “São clientes assíduos de trabalhos internacionais, mas nós também temos fotógrafos no terreno, em projectos de pesquisa”, lembrou. Para 2009 já está prevista nova edição do festival internacional.

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